◘ SÁNGO: DA ROCINHA 3 ◘
Francisco Espregueira
Pois é... ontem por momentos pareceu que tinha 7 anos, a acordar na manhã de natal. Rápido duche e enquanto comia o pequeno almoço googlei "Da Rocinha 3". Lançado umas horas antes, já estava disponível em stream... rapidamente deixei para trás tudo o que tinha para fazer (não era pouco) liguei os headphones e sentei-me em frente ao ecrã do meu portátil durante uma hora e um minuto. A vida é muitas vezes uma corrida atrás do tempo, mas esta hora mais minuto chuta tudo para canto... O estudo experimental do baile funk Brasileiro segue...
"Da Rocinha 3" é um dos álbuns do ano... Dentro do estilo mais do que abordado aqui neste Sótão, consegue ser a mais virtuosa colecção do movimento Favela Trap. A produção é inacreditávelmente sublime... os detalhes, são de levantar as mãos ao céu, num momento de gratidão e celebração por haver Sángo. Por haver talento. Por haver o Hip Hop, o Baile Funk, e uma mistura de herança cultural, algo de muito inovador e pura vibração.
A sucessora de "Da Rocinha" e "Da Rocinha 2", leva-nos para outro nível. Neste, Sángo é um Deus, temperando-me a mim e a ti como quer. Picante, menos picante. Mal ou bem passado, não temos voto na matéria. Sentimos aquilo que a música dá.
As três do início... "Tamborzão (Intro)", a primeira. Que boa. Tropicalizando-se segundo a segundo... cutu txa txa-cutu txa-txa. A segunda, "Rather Be With You", é todo o dia. E três "Tempo Tempo"... linda. "Agorinha" e "Não Falo" já tinham sido lançadas mas ouvi-las dentro do álbum sabe diferente. Sabe melhor. A décima é a mais upbeat do álbum, música para os momentos de festa, da gente bem disposta de sorriso rasgado - "Na Hora"! "Dias Melhores (Interlúdio)" é bonita, simples, plana... é um amor. Carlos aparece, colaborando e concretizando sonhos em "É Isso Aí" assim como outros dos mais promissores produtores do momento: ESTA, Jarreau Vandal, Marvel Alexander. Isto só para falar de algumas! São 19! Eu não merecia tanto...
Ficaria aqui a escrever e a aclamar o álbum... mas não é suposto. Eu só queria meter nas paredes do blog a masterpiece, e deixar, a quem por aí passar, a magia que carrega. No meu caso, a certeza é de que hoje a minha favorita não vai ser a mesma da de amanhã, da de sexta e da do próximo mês, e isso é genialidade! Entrada directa no Hall of Fame do infinito.