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Daily Magazine on Underground House Music, Broken Beat, Contemporary Jazz & Soulful Vibes

Filtering by Category: Hip Hop

SOUL MATES PROJECT

Francisco Espregueira

Num dos primeiros posts aqui do Sótão, lá de Dezembro ou o caraças, havia falado da grande colaboração, que na verdade nunca existiu, entre Mos Def (Yasiin Bey) e Marvin Gaye intitulada: Yasiin Gaye. Agora, aprofundo sobre o projecto que está por detrás dessa genialidade criada pelo americano Amerigo Gazaway. O projecto de que falo tem o nome de Soul Mates e junta artistas clássicos, influenciadores e intemporais a nomes também eles de grande relevo do Hip Hop e afins num género único, inventado por Gazaway, que redefine o conceito de mash-up e o leva para o mundo, que muito francamente, é de originalidade.

Ora, recapitulando: antes de Yasiin Gaye é lançado "Fela Soul" que junta o pioneiro do afrobeat, Fela Kuti a um dos clássicos grupos dos 90', De La Soul; no ano seguinte a colaboração estritamente Hip Hop entre os transversais grupos A Tribe Called Quest e The Pharcyde, com o o nome de "A Bizarre Tribe: A Quest to The Pharcyde", que é constantemente removido da net por supostamente infrigir direitos de autor. Já contemporâneo de Yasiin Gaye: "The Big Payback Vol. 3"! James fucking Brown! Auu! Com muita gente! Desde Bob Marley, Notorious B.I.G. até Nas ou Michael Jackson. Mais:

A passada semana trouxe-nos B.B. King acompanhado dos U.G.K.... em "B.B. & The Underground Kingz: The Thrill Is Gone" que dá seguimento da melhor maneira possível à magia de Soul Mates que me faz sair de casa cedinho, pela manhã, de iPod na mão com a corda a toda, e chegar ao Sótão, mais à noite, com uma invulgar energia...

Obrigado Gazaway! És top! Vou lançar esta pró infinito aqui a partir do Sótão para toda a gente ver. As colaborações que nunca existiram aí em baixo:

BADBADNOTGOOD & GHOSTFACE KILLAH

Francisco Espregueira

BadBadNotGood feat. Ghostface Killah - "Sour Soul" (2015)

Ontem caí em "Sour Soul", álbum lançado este ano pelos 3 miúdos que compõem BadBadNotGood em colaboração com Ghostface Killah, membro dos lendários Nova Iorquinos, Wu-Tang Clan. Os 3 miúdos vão também eles caminhando a pouco e pouco para terrenos aonde só essas lendas têm autorização para entrar. Levanto as mão para o ar, agradeço... as produções de "Sour Soul" são sublimes. Estratósfericamente sublimes.

 

Álbum com 12 músicas que passam a correr numa meia hora de intensidade rítmica e lírica, como é hábito em qualquer membro dos Wu-Tang. Colaborações a dar co' o pau, com nomes de fazer inveja - Elzhi (ex-Slum Village), MF DOOM, Danny Brown, etc - que dão muita qualidade à compilação, e que demonstram o respeito que os BadBadNotGood têm conquistado nos últimos anos. E respeitinho não é fácil de conquistar.

Mas o mais importante aqui é eu deixar a música para ser ouvida. O encontro entre uma nova geração e outra mais antiga... influências perfeitamente e subtilmente misturadas, melodias elegantes, linhas de baixo hipnotizantes e letras fortes. Bang Bang, morri! BadBadNotGood & Ghostface Killah, heróis na arte de fazer a banda sonora que qualquer vilão quereria ter...

NUJABES FEAT. SHING 02 - LUV(SIC.)

Francisco Espregueira

Este post é sobre seis músicas que fazem uma. O título desta compilação joga intecionalmente com as palavras "luv" e "sic". Sick for Love. Amor, afastamento, união, medos, esperanças, altos e baixos, descritos em meia hora de música que coloca tudo em perspectiva. O japonês Nujabes, que nos deixou em 2010 após um aparatoso acidente de viação, chegou a lançar em vida as 3 primeiras partes sendo que a 4ª e a 5ª parte já estavam produzidas. Estas foram posteriormente desvendadas pela cara metade desta colaborção, Shing02, que escreveu a letra da parte 5 como uma homenagem sentida ao brilhante produtor. Mas a 6ª... a 6ª estava em forma de sample no telemóvel deste aquando da sua morte. De arrepiar não é?

E é com alguma emoção que ouço estas seis que são uma. Considero-as profundas, verdadeiras e tocantes. Pelas letras de Shing02, pelas batidas do mestre Nujabes e pela história real que contam. Respirem fundo e fiquem com uma das obras musicais mais tocantes das últimas décadas... Vindas de lá do extremo oriente para aqui, pró Sótão.

Cause your beat plus the melody
Makes me speak of L.O.V.E eloquently so evidently
— Luv (sic) pt.1

Nujabes - Luv(sic.) pt 1-6

PLAYLIST #23

Francisco Espregueira

Bangkok, Tailândia

Com leveza, levanto voo com a #23, que tem novidades e outras desenterradas e reavivadas no Sótão. A melhor maneira de descobrir novas músicas é partilhando com outros. Eu partilho aquelas que me foram partilhadas a certo ponto. Obrigado.

PS: fica a dica: a última, "Swept Away", é a banda sonora perfeita para um fim de tarde solarengo... e Setembro não tem desiludido nesse aspecto.

JUGGAKNOTS - CLEAR BLUE SKIES

Francisco Espregueira

A conversa iniciada pelo pai aborda o incontrolável racismo que este sente quando vê o seu filho de mãos dadas com uma rapariga negra. Em "Clear Blue Skies" a troca de ideias entre pai e filho vai aquecendo ao longo de poucos minutos de uma faixa que diz aquilo que não é suposto ser dito, mas que retrata aquilo que todos sabemos que existe e que é real. Este foi o meu ponto de partida para este álbum.  Revisito-o, respeitando os momentos, a batida e agradeçendo a honestidade das letras

So that’s your vision of perfection
That’s your clear blue skies
Through those clear blue eyes
Which seem to make you think you’re better
But instead of simply sinking to the level of your thinking
I’ll be ghost
— De filho para pai

Juggaknots - Clear Blue Skies

Juggaknots - Loosifa

"Clear Blue Skies" é também o nome do álbum que contém essa faixa, datado de 1996, re-lançado em 2003, depois de ter saído das gavetas e de ter chegado a todos nós pela força da música de Juggaknots e não pela força da pop culture vigente.

Juggaknots - Epiphany

Considerado um clássico do hip hop underground, o álbum em 1996 só teve direito (ou fundos, né?) para ser lançado a título limitadíssimo, em formato exclusivamente vinil. Em 2003, os artistas juntaram-lhe 11 novas faixas às 9 originais, sendo esse o álbum que religiosamente guardo depois de o ter apanhado numa loja perdida por aí.

Pró infinito, passando pelos falsos "Clear Blue Skies".

PLAYLIST #22

Francisco Espregueira

Hanoi, Vietname

Na ressaca do fim-de-semana, a #22 começa por baixo. Com ritmos profundos e melancólicos no início até chegar aquelas que já puxam pelas minis, pelas conversas.

A semana numa playlist.

ZUPER

Francisco Espregueira

Carlos Aiono é Zuper. E Zuper é top! Quem carregar aí em baixo no play, vai ser introduzido a algo, em termos musicais, muito diferente de tudo o resto. Uma mistura de influências e sonoridades, que transmitem um feeling sombrio... nocturno... gangsta. Puxou a minha atenção lá... quase há um ano atrás e, hoje, dou por mim a venerar o pequeno LP de 10 faixas chamado "The Come Up".

As sonoridades únicas de de Zuper são traduzidas em "The Come Up" na perfeição, deixando-me de boca aberta o quão bem polidos estão todos os diferentes sons que compõem cada música. Além do talento, há claramente no gajo um perfeccionismo estético naquilo que quer fazer chegar ao público. O exemplo disso está em "Drop (Long Beach)" que reinventa a clássica colaboração de Snoop Doggy Dogg com Pharell, "Drop It Like It's Hot"... simplestemente cativante.

Já mais recentemente lançou o segundo, com o título de "Blend" que segue um estilo semelhante mas carrega uma aura mais branquinha, mais leve. Na lista habitual meto um pouco de tudo... O "The Come Up", o "Blend", e mais uma novidade, com poucos dias, lançada à revelia de qualquer compilação. Junto-lhes a faixa bónus de "The Come Up", produzida por Non Drifter, que colabora no álbum com "What I'm Talkin Bout", a minha bonus de hoje também.

Do Sótão pró infinito, passando pela California para trazer este Zuper comigo.

SEVEN BEATS

Francisco Espregueira

Atenção, que eu não duro para sempre! Pouco sei de Seven Beats... Vem do Rio? Vive em NYC? Não faço a mínima, estas informações estão nas suas páginas de Soundcloud e de Facebook e pufff.... não há mais nada que possa dizer sobre o rapaz. As 3 músicas aí em baixo falarão por mim! A mistura do Hip Hop e do Baile Funk está de volta ao Sótão e eu quero mais! Já tinha metido umas na Playlist do fim-de-semana passado mas não chega...

Enigmático - aos nossos olhos, visto haver pouca ou nenhuma info sobre o gajo - Seven Beats faz, com toda a justiça, a sua ronda no Sótão, que dá valor aos gostos de quem escreve (ora... eu, portanto) e à qualidade daquilo que mais interessa, a música em estado natural.

Novamente vemos a herança brasileira, orgulhosamente representada, ao serviço de composições super-originais e modernas. Assim como em Carlos do Complexo e no americano Sango, sentimos a tropicalidade.

E agora, elas. Falem por mim:

ÁLBUNS COM PÓ #4 // SLUM VILLAGE -"FANTASTIC, VOL. 2"

Francisco Espregueira

Slum Village - Fantastic, Vol. 2 (2000)

Slum Village - 3. I Don't Know

Detroit. T3, Baatin, J Dilla. Os três membros originais dos Slum Village deitam-se com o amanhecer durante o período de gravações daquele que viria a ser um dos mais aclamados álbuns de sempre de hip-hop. Gravado entre 1997 e 1998, a masterpiece dos Slum Village ficaria guardado nas estantes até ser, finalmente, revelado ao público em 2000. Sem nunca ter sido um sucesso comercial, "Fantastic, Vol. 2" teria um grande impacto no circuito underground do hip-hop americano.

Tive a oportunidade (única) de os ver numa das casas mais conhecidas do Porto, o Plano B, há coisa de um ano. Apesar de nos ter deixado em 2006, J Dilla estava lá de alguma forma, na sua MPC, a encher a sala com a espiritualidade das suas batidas. A subtilidade do groove, a batida bem puxada lá para baixo, com as características palmas a marcar o ritmo. O álbum é assim mesmo.

Slum Village - 5. Climax (Girl Shit)

O pó nunca esteve neste... Nunca deixei que se acumulasse, voltando sempre que a saudade aperta ou sempre que alguém me pergunta "o que andas a ouvir?" Eu ouço disto! É isto! Esta é a minha cena... A "Climax", a "Get Dis Money", a "Go Ladies"..... a "Fall In Love". A "Players", a "Once Upon A Time", a "Tell Me". Foda-se! Todas caraças! Amo estes 67 minutos e 54 segundos de música! Seguidos ou salteados! Amo esta merda!

Slum Village - 11. Fall In Love

É me dificil recomendar as melhores deste álbum. Merece todo o tempo que possam dispender por ele e, como qualquer outro álbum que entra nesta edição, recomendo colocarem a tocar e deixarem... Irá marcar-vos como me marcou?

Ficam aí quatro, como habitual nos "Álbuns Com Pó" do Sótão. Sempre convidados a subir as escadas em caracol e a sentarem-se comigo aqui em cima.

Slum Village - 12. Get Dis Money

"Hey, hey, hey, h-hey, hey..."

PLAYLIST #20

Francisco Espregueira

Luang Prabang, Laos

Não sou um gajo invejoso... Novas descobertas, aqui partlihadas com voçês. Resultado do simples acto de sentar e ouvir. Já não se faz isso muitas vezes. Gostamos da música como personagem secundário na nossa vida. Aqui ela tem papel principal!

As minis, no frigorifico.

SLAKAH THE BEATCHILD

Francisco Espregueira

Subo as escadas em caracol que me levam ao Sótão e sento-me num sofá de couro preto a desfazer-se lentamente há alguns anos. Trago comigo dois álbuns: um chama-se "Soul Movement", o outro "Something Forever". Ponho-os a tocar, já conhecendo as minhas favoritas de cada um. Não caio na tentação de passar a frente as outras para chegar a essas mais depressa, na esperança de viciar naquelas em que não o fiz. No shortcuts.

 

Enquanto isso, escrevo este post e apresento-o a voçês... e pergunto: Porque é que Slakah The Beatchild não é mais conhecido?

Slakah The Beatchild - Get Down Right (feat. Divine Brown & D.O.)

Os dois álbuns chegam-me com a mesma vibe: estilo, suavidade, soul. O Canadiano é mestre nesta arte... é muito pedigree. Quanto às influências.. pá, nem preciso de vos falar sobre elas... os primeiros versos de "Enjoy ya Self" (a 1ª da mini-playlist) não deixam dúvidas, está tudo lá. Ao todo ficam aí 4 músicas. Uma fica em vídeo porque não existe em, praticamente, mais lado nenhum (!?) - esta que, já agora, é um absoluto estrondo. As outras 3 aí nessa minha mini-playlist... para ouvir em repetição.

Depois de um Agosto algo desapontante, sabe bem voltar à normalidade e partir do Sótão pró infinito.

JOEY BADA$$

Francisco Espregueira

Lá de vez em quando aparecem os predestinados. Em 12' um "chavalo" de 17 anos, sem qualquer factor extra-música - Disney's Channel's e outras merdas -. a dar-lhe o estatuto de estrela juvenil, brilhou no céu.... no céu dos grandes! Jo-Vaughn Scott, Joey Bada$$ no mundo da música, lançava, então, a mixtape "1999" que acabaria por ser, com toda a justiça, aclamada pela crítica americana. Essa esplendorosa mixtape, que guardo com uma certa dose de amor, é digna de todas as visitas e revisitas que lhe fiz e que lhe farei. Nos momentos certos e neste Sótão, como sempre.

Co-fundador da colectiva de hip-hop ProEra (tudo malta amiga), baseada em NYC, o miúdo de Brooklyn, agora com os seus 20 anos, lançou este ano o seu primeiro álbum. B4.DA.$$, ou "Before Da' Money" assenta a imagem de marca de Joey. Jogos de palavras em cima de produções - DJ Premier, Statik Selektah, Freddie Joachim - que conseguem ser inovadoras e intemporais ao mesmo tempo.

Pois... passaria aqui algum tempo a elogiar Joey, a adjectivar o seu incrível talento e a imaginar como é o infinito que o vai acolher... talvez. Não se sabe. A "Waves", a primeira, é daquelas... É minha. Tocou os primeiros minutos e consegui ver o passado, o presente e o futuro, tudo mesmo tempo. Tornei-me vidente e lá, no futuro, estava um clássico. Escolho, para deixar aqui, um bocadinho de tudo aquilo que foi sendo lançado ao longo deste últimos três anos... desde "1999" (??).

Do Sótão pró' infinito.

"Since 9-5...."

PLAYLIST #18

Francisco Espregueira

Praia da Carrapateira, Portugal, 2013

A 18 está live! Hip to the Hop... Na abertura a que mais tocou na minha cabeça esta semana - Voicetress de Truth Enola. Duas novas do habitué do Sótão, Freddie Joachim, a levar-nos até à enérgica Can't You See de J-Louis. Play: aí à direita!

ÁLBUNS COM PÓ #3 // THE ROOTS - "THINGS FALL APART"

Francisco Espregueira

The Roots - Things Fall Apart (1999)

Continuamos no fim da década de 90', para com cuidado, bufarmos o pó que injustamente se acumulou em cima de "Things Fall Apart" dos The Roots. A capa chama a atenção, reflectindo o medo, a violência, a discriminação. O álbum traz lá dentro as histórias, o contexto, as sonoridades e as palavras. No fundo, o movimento de que já falei por aqui. O movimento que faz a música que mais toca neste Sótão. Neste coração. O movimento do rap... do hip hop.

The Roots - 3. The Next Movement feat. DJ Jazzy Jeff & Jazzyfatnastees

 

Situamo-nos outra vez em Nova Iorque... outra vez nos Electric Lady Studios (como "Like Water for Chocolate", da edição anterior). Estamos no fim da década de 90', um novo mundo aproxima-se a passos largos. Talvez por isso tenha um carinho especial por esta fase, para mim a última da música de verdade... a última em que o mérito de um álbum era devidamente reconhecido, devidamente publicitado. Chegava onde tinha que chegar. Hoje já está tudo comido de tal forma que não chega nada a lado nenhum... Os bons estão underground, escondidos. A pornografia musical do mundo de hoje fodeu isto tudo!

The Roots - 5. The Spark

Bem, acendo um cigarro, o disco começa a rodar... a primeira impressão vai para o baixo. Poder. Na bateria o carismático Questlove... consigo imaginá-lo com a cabeça a abanar ritmadamente para o seu lado esquerdo... as palavras de Black Thought a ecoar! "The Next Movement" é a 3ª, forte. Poder, outra vez. "The Spark" faz-me contemplar a vida. "Act Too (The Love of My Life)", com Common, enche de calor as paredes... Com "You Got Me" emociono-me.

E pelo meio dessas temos as palavras, as sonoridades, o contexto e as histórias.

10 em 10. O talento que entra neste álbum deixa-me de boca aberta... Onde nos perdemos? "Things Fall Apart", The Roots.

The Roots - 10. Act Too (The Love Of My Life) feat. Common

The Roots - 15. You Got Me feat. Erykah Badu & Eve

PLAYLIST #17

Francisco Espregueira

Uma qualquer praia na Costa Vicentina, Portugal, 2013.

Como habitual, 6 músicas.  Muitas novas que circularam no meu sótão. Agosto.... música de Agosto! Aquela que fica quase sempre associada a boas memórias...

Não me desiludas, Agosto.

CARLOS

Francisco Espregueira

A mistura do hip hop e do baile funk está de volta. Essa conjugação perfeita, carregada de calor e sensação... Antes tinha falado de Sángo, mas hoje o Sótão faz a ligação mesmo no Rio de Janeiro para falar de Carlos. Carlos do Complexo.

"Complexo" (mixed & mastered by Carlos) é tudo aquilo que eu poderia imaginar. Um álbum conceptual que nos leva para dentro das favelas do Rio, pintando nas paredes do Sótão o calor, o atrevimento, a sensualidade e a intensidade da cultura "baile funk". Nos últimos dias, nessas colunas, tem sido Carlos. Tem sido "Complexo" e as 10 músicas que o compõe.... tocando da primeira à décima, sem interrupção, assim como deve ser.

O link do álbum (que coloco aí de novo) é obrigatório, mas há mais para ser ouvido. A lista aí em baixo leva outras que me entraram nos ouvidos e ainda não saíram. Play, play, play!

Do Sótão pró infinito... passando pelo lindo Rio de Janeiro, para levar Carlos e o "Complexo" connosco.

PS: Estes 21 minutos da parceria com Sángo é, também ela, imperdível: fica aqui!

PLAYLIST #16

Francisco Espregueira

Os mecânicos de Liên Son, no meio das montanhas do Vietnam

A #16 está com groove! 

Abre e fecha com produções de Amerigo Gazaway, mixando os Jurassic 5 e juntando Mos Def (Yasiin Bey) e Marvin Gaye. Com "Pôr-do-Sol" de Keita Mayanda, foco num dos nomes que sigo do hip-hop lusófono... Linda música, linda letra. Mas todas elas valem o clique.

O groove está com a #16!

ÁLBUNS COM PÓ #2 // COMMON - "Like Water for Chocolate"

Francisco Espregueira

Common - Like Water for Chocolate (2000)

Common - 5. The Light

Uma semana depois, andamos 7 anos para a frente e limpamos o pó a um dos álbuns que faz parte de uma restrita colecção dos "Soulquarians", uma colectividade completamente "all-star", formada por vários artistas de renome da cena hip-hop e soul da altura. Os membros deste grupo viriam a se juntar nos vários álbuns de cada um, durante um certo período, fosse para produzir, fosse para tocar um instrumento, fosse dar um back vocal ou mesmo só para dar aquele toque inspirador. Falamos, e atenção pois vão ficar surpreendidos com tanto talento junto, de: 1, J Dilla (Slum Village); 2, Questlove (The Roots); 3, D'Angelo; 4, Erykah Badu; 5, Q-Tip (A Tribe Called Quest); 6, Mos Def; 7, Talib Kweli; 8, Bilal... Chega? Ah! Falta o Common, claro. E não digo mais nada. "All-fucking-star".

Common - 9. The 6th Sense

Entre 99' e 00', o lugar é Electric Lady Studios em Nova Iorque, e Common vai criando "Like Water for Chocolate", enchendo o estúdio com um conteúdo de letras cheias de africanidade, a começar logo na primeira que é um tributo a Fela Kuti. "Time Travellin'". Quem diria, numa era em que a música já ia mudando bastante, que o primeiro sucesso comercial de um artista iria ser um álbum que toca na consciência social? Impossível hoje, 15 anos depois? Muito provavelmente... Há coisas que se perdem.

Common - 11. Nag Champa (Afrodisiac for the World)

Há dois elementos que, quanto a mim, fazem muito daquilo que este álbum é: Questlove, produtor executivo, toma o controlo da bateria e J Dilla produz grande parte do álbum. Estes dois elementos, em fases de completo apogeu em termos de inspiração (Questlove vinha de "Things Fall Apart" e Dilla de "Fantastic Vol. 2"), dão algo que mais ninguém conseguiria dar. A sua individualidade está lá. A tal marca. Aquela que devia ser registada. E D'Angelo é fundamental a dar o toque temático no álbum. Genial, acabadinho ter lançado "Voodoo", um dos melhores álbuns de sempre, 

Common - 12. Thelonious (feat, Slum Village)

Este "Like Water for Chocolate" fica para história. 1h18m que passam a correr...  Tudo está perfeito. A letra, a música, a concepção, os detalhes... Não me cansarei de recomendar o play em qualquer um desses vídeos. Que vos abra o apetite, como abriu a mim. Este toca e eu estou no paraíso.

É muito difícil escolher só quatro. Muito difícil. Aí está a segunda edição dos ÁLBUNS COM PÓ no Sótão!