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Webmagazine and record label on underground house music & contemporary jazz. We're about music released by independent artists and labels.

Content

Daily Magazine on Underground House Music, Broken Beat, Contemporary Jazz & Soulful Vibes

Filtering by Category: Hip Hop

PLAYLIST #32

Francisco Espregueira

Ando ocupado em livros, metros, autocarros mas sempre com os headphones a isolar-me, qual anti-social... A música não deixa de tocar e a #32 está perfeita. Sete balanceadas no Neo Soul (Aaron Taylor, é nome para relembrar!) , na Electrónica, no Hip Hop do Sótão. A quarta é uma beleza... estava aqui ouvir aquilo que vou publicar, né? É mesmo muito porreira, vou continuar pela quinta, pela sexta até à perfeição da sétima.

Do Sótão pró infinito...

PLAYLIST #31

Francisco Espregueira

Momento de chill... a batucada da chuva no telhado e o baixo acentuado, característico deste Sótão. Música nova e tipos desconhecidos, a serem explorados. A qualidade do costume. Fiquem na paz com #31

Cliquem play e sentem-se no Sótão...

SLOW J

Francisco Espregueira

Entrei a 16', a perguntar-me: aonde ando a procurar música? Eu que me achava bastante talentoso nessa arte de descobrir... mas... mas "The Free Food Tape", lançado em Abril de 15', só me chega em 16'??? Mas que merda é esta?! Desiludido comigo próprio... Bem siga, que se foda! Slow J, nome que me chegou como produtor de "Espelho" de NBC, é o homem por trás deste EP de 7 faixas. Corrijo: 7 fantásticas faixas. Batida... letra... top!

Slow J - Comida

Em todo o EP é possível perceber o cuidado nos detalhes que constroem uma sonoridade com marca bem definida... a produção magnificamente polida e voz carregada no tom certo cuspindo os versos com toda a alma. Na verdade, o facto de padecer de ligeiros sintomas de OCD, faz-me sentir o estalinho que estala fora do tempo na "Tinta da Raiz"... é como se estalasse dentro de mim. Pele em modo galinha no segundo 0:32-0:33 de "Portus Calle" em que a batida entra e me leva pra esse infinito... O infinito que busco para o meu Sótão, que tem novo inquilino: Slow J. Nessa prateleira de lado fica "Comida", à qual ainda não tenho adjectivos para lhe atirar...

Do Sótão pró infinito, levando comigo Slow J e a sua "The Free Food Tape". Para os que ficaram com fome, aí ficam as minhas favoritas:

FLOFILZ

Francisco Espregueira

Yo! "We rap from dungeons to rooftops". Este beatmaker alemão é uma das surpresas do final de ano. Lançado à pouco tempo, o álbum "Speakthru" é obra de mestria! A sonoridade de marca de FloFilz é vincada e não podia deixar de ser apreciada no Sótão. De facto, pertence aqui. Uma mistura de jazz com hip hop que suaviza qualquer dia menos bom. Uma paz, agora que começou a tocar...

FloFilz - Rooftops (Metronom LP - 2014)

"Speakthru" é sucessor de "Metronom", o primeiro LP do jovem germânico que se baseia em receitas semelhantes... e bem, diga-se já. Difícil escolher o meu preferido, ambos cheios dessa suavidade essencial, da qualidade e da profundidade em jeito de "imunização racional", como diria Tim Maia. Talvez a grande diferença de um para outro seja mesmo a reputação de FloFilz, que cresce para o segundo álbum. Colaborações fortíssimas para um pequeno, independente artista europeu.

Fiquem na paz... entre o jazz e o hip hop de FloFilz.

"From dungeons to rooftops"

PLAYLIST #29

Francisco Espregueira

A #29 é feita para passar debaixo da chuva citadina... hip hop na dose certa de 6 faixas. 6 faixas infinitamente boas. Todas novas, com excepção do clássico "The Blast". Talib Kweli e Hi-Tek a fazerem a aparição neste Sótão. O resto surpreende...

"Isto é o hip hop que juro ser crente..."

KENDRICK LAMAR / J. COLE - BLACK FRIDAY

Francisco Espregueira

E apareceu a oportunidade de falar de dois dos tipos que mais idolatro! Por estarem já num nível de estrelato tal, nunca aqui apareceram... , sabes, aqui o Sótão é mais das cenas pouco conhecidas... Mas há uns dias foi lançado um EP especial - pouco comercializado, lá está - com duas músicas com o mesmo nome: "Black Friday". Kendrick Lamar em cima de J. Cole, J. Cole em cima de Kendrick Lamar. Não poderia estar melhor...

Eu que não sou muito fã destas cenas, tenho de admitir que as duas faixas arrasam!

Kendrick a rapar em cima de "Tales of 2 Cities" do álbum de 2014 de Cole, "Forest Hills Drive". Cole a rapar em cima de "Alright" do álbum de 2015 de Kendrick, "To Pimp a Butterfly". Dois dos álbuns que mais rodaram aqui no último par de anos. E mais não digo, porque já é sexta feira!

Estes vieram do infinito pró Sótão...

POTATOHEAD PEOPLE

Francisco Espregueira

Os Potatohead People vieram parar à rede do Sótão há uns tempos. No entanto, só "colei" neles nestas últimas semanas. Por incrível que pareça estava no cinema e no intervalo do filme, começou a tocar em modo música ambiente "Blossoms". Antenas sempre preparadas a ser ligadas e eu a deixar-me hipnotizar. Perguntei, obviamente: "que som é este??", o Shazam ligou e lá estavam os Potatohead People. "Quando chegar ao Sótão vou apontar luz sobre isto!", e assim foi. Depois imaginei a miserável situação de, ao invés de ter ficado na sala, ter ido mijar à casa-de-banho. Tive sorte...

Nick Wisdom e AstroLogical são os gajos que compõem este duo Canadiano, produzindo na intersecção do hip hop, da eletrónica e do trip-hop. Há uma clara misticidade na discografia desta magnífica colaboração. Aprecio de olhos fechados, entrando nos ritmos baixos e profundos, de ouvidos atentos aos ecos, de mente... hipnotizada. Meditando no meu espaço, no meu momento. Solitário, eu sou.

A mística discografia não é longa, mas é rica. Gostaria de vos convidar a carregar play nas faixas seleccionadas. Retiradas do EP "Kosmichemusik", de 2013, e do LP "Big Luxury", deste ano. A primeira é "Blossoms" e fascina-me.

"Do you ever think about it? Do you ever think about it? Think about the way that you seeee?"

PS: Esta semana faz um ano que comecei o blog. Orgulhoso, agradeço a todos os que por aqui passaram. Sempre convidados, as minis estão no congelador e estou aberto 24h. Sempre com um bom som a tocar. Sempre.

Francisco

PLAYLIST #28

Francisco Espregueira

Com o tempo a apertar e o frio a entranhar tem sido difícil apetrechar o Sótão. Levo comigo um aquecedor e seis faixas, sendo que a primeira hipnotiza-me... Toque certo para continuar a ouvir as seguintes, que são calmas, leves e deixam-me quente. E bem.

#28. Do Sótão pró infinito.

MY PLAYLIST by DJ CAM

Francisco Espregueira

"It began in Africa....." é assim que começa esta maravilhosa compilação de Dj Cam (de que, aqui, já falei). Diz-se que o Rap é algo que fazes em determinado momento, mas que o Hip Hop é aquilo que tu vives. Um movimento urbano mas de raízes africanas... "My Playlist by DJ Cam" começa com essa frase cheia de sentindo, pois na hora seguinte aquilo que me chega é uma das mais impressionantes homenagens ao movimento. Coleccionar música, assim como coleccionar algo, que traga corpo e conteúdo é uma experiência muito específica e individual. Mas é passando a barreira do individual que essa experiência fica com aquilo que lhe foi destinado.

Passados uns anos depois do meu primo morrer, finalmente ganhei a coragem de olhar para as suas gavetas com uma colecção de cd's absolutamente invejável, e lá acabei por encontrar, em modo "rafado", esta pérola. Não sei se foi o primeiro no qual peguei, mas lembro-me que foi primeiro que tocou. E é nesse momento que uma específica e individual colecção encontra o seu destino. Agora faz parte da minha.

Uma hora e pouco, no sótão, no carro... do início ao fim. É assim que ouço e foi para isso que Cam preparou o álbum, sem pausas, mixando com mestria os diferentes elementos. E por isso mando-o inteirinho para voçês aí em baixo, sem deixar de listar aquelas que captaram, desde que o encontrei naquelas gavetas, os meus sentidos com mais intensidade.

"My Playlist by DJ Cam", para coleccionadores.

"My Playlist by DJ Cam" (2005)

ANDERSON PAAK

Francisco Espregueira

Uma das sensações de 2015. Ego gigante. Voz distinta, histórias contadas com estilo. Style + Easesteeze... Anderson Paak é steeze. Uma mistura de afro-americano com coreano, toques de Pharell misturados com rock-star. Autor de música de qualidade. É daqueles que é "estrela". Brilha muito.

Há quê? Um ano? Bem... não interessa, há um ano quando a ouvi "Suede", que já fui partilhando por aí em playlists, deitei as mãos na cabeça e senti um misto de grande excitamento (aquele que voçês sabem, quando uma específica faixa nos acerta em cheio) e de inveja, por não ser eu a escrever aquele abuso de letra. Samplada através de riffs e vozes do gigante Gil-Scott Heron, move-se lentamente através de uma batida poderosa. A letra é tão directa e tão sujinha, representando tão bem certos pensamentos... acções, talvez... Não me vou declarar culpado, mas Paak, fá-lo sem vergonha nenhuma. "Suede" é "minha". Canto a letra de trás para frente, da frente para trás. E não falho.

Anderson Paak & Knxlwedge are working together as NxWorries. This is their first single, performed live IN THE DUNGEON.

Mas há mais do gajo. Deixando para trás o seu heterónimo "Breezy Lovejoy", Anderson Paak é nome a reter. E vai dar que falar. As colaborações são mais que muitas, e vêm aí albuns de originais (ansiosamente à espera de NxWorries). Esfrego as mão e deixo-vos as minhas favoritas. Para ser ouvido sem pudor, com um ouvido na música e outro na letra.

Do Sótão pró infinito.

PS: Suede, tem 78 reproduções no meu iTunes. "If I call you a bitch..."

PLAYLIST #27

Francisco Espregueira

O tempo aperta, os últimos dias são de baixo para cima, de cima para baixo. Nos entretantos o meu iPod e estas 6 faixas têm ajudado. Ao fim do dia o Sótão espera-me, onde tudo é processado a um ritmo baixo... Para saborear.

A #27 é rica e suave.

◘ SÁNGO: DA ROCINHA 3 ◘

Francisco Espregueira

Da Rocinha 3

Pois é... ontem por momentos pareceu que tinha 7 anos, a acordar na manhã de natal. Rápido duche e enquanto comia o pequeno almoço googlei "Da Rocinha 3". Lançado umas horas antes, já estava disponível em stream... rapidamente deixei para trás tudo o que tinha para fazer (não era pouco) liguei os headphones e sentei-me em frente ao ecrã do meu portátil durante uma hora e um minuto. A vida é muitas vezes uma corrida atrás do tempo, mas esta hora mais minuto chuta tudo para canto... O estudo experimental do baile funk Brasileiro segue...

"Da Rocinha 3" é um dos álbuns do ano... Dentro do estilo mais do que abordado aqui neste Sótão, consegue ser a mais virtuosa colecção do movimento Favela Trap. A produção é inacreditávelmente sublime... os detalhes, são de levantar as mãos ao céu, num momento de gratidão e celebração por haver Sángo. Por haver talento. Por haver o Hip Hop, o Baile Funk, e uma mistura de herança cultural, algo de muito inovador e pura vibração.

Da Rocinha

A sucessora de "Da Rocinha" e "Da Rocinha 2", leva-nos para outro nível. Neste, Sángo é um Deus, temperando-me a mim e a ti como quer. Picante, menos picante. Mal ou bem passado, não temos voto na matéria. Sentimos aquilo que a música dá.

As três do início... "Tamborzão (Intro)", a primeira. Que boa. Tropicalizando-se segundo a segundo... cutu txa txa-cutu txa-txa. A segunda, "Rather Be With You", é todo o dia. E três "Tempo Tempo"... linda. "Agorinha" e "Não Falo" já tinham sido lançadas mas ouvi-las dentro do álbum sabe diferente. Sabe melhor. A décima é a mais upbeat do álbum, música para os momentos de festa, da gente bem disposta de sorriso rasgado - "Na Hora"! "Dias Melhores (Interlúdio)" é bonita, simples, plana... é um amor. Carlos aparece, colaborando e concretizando sonhos em "É Isso Aí" assim como outros dos mais promissores produtores do momento: ESTA, Jarreau Vandal, Marvel Alexander. Isto só para falar de algumas! São 19! Eu não merecia tanto...

Da Rocinha 2

 

Ficaria aqui a escrever e a aclamar o álbum... mas não é suposto. Eu só queria meter nas paredes do blog a masterpiece, e deixar, a quem por aí passar, a magia que carrega. No meu caso, a certeza é de que hoje a minha favorita não vai ser a mesma da de amanhã, da de sexta e da do próximo mês, e isso é genialidade! Entrada directa no Hall of Fame do infinito.

Da Rocinha 3 is about keeping the funk roots true and paying homage to the ones that helped start it. I want to respect and show Rocinha in a positive light with this record while staying true to my sound.

Mixed & Mastered by Sángo
Art by Sango Design

PLAYLIST #26

Francisco Espregueira

Com Hip Hop cozinho a #26. A receita traz-nos batidas nostálgicas e profundas. Começando com um clássico dos habituais do Sótão, The Roots e D'Angelo, atravessando rapidamente para o lado dos desconhecidos. Alguns desses a merecerem uma especial atenção da minha parte num futuro próximo.

Estou a fazer chá, já sabes, sem cerimónia.

ESPECIAL : FAVELA TRAP

Francisco Espregueira

É foda! Já falei aqui de Sángo. De Carlos do Complexo. De Seven Beats. Uns mais conhecidos que outros... mas o Sótão conhece muita gente. E este post é especial, deixando 25 (!) faixas das mais de sete dezenas de sons do movimento Favela Trap que esta semana me invadiram... Repito: FODA!

Aproveito e lanço uma previsão: 2016 é ano de Favela Trap. E até afirmo isto com alguma tristeza, pois sei que mais tarde ou mais cedo - como quase tudo o que é bom, original e transversal - vai ter repercussão nos sítios onde não devia... Depois de tocar nos bons, evoluídos e inovadores tastemakers deste mundo, lá vão aparecer as grandes e batoteiras editoras musicais a pegar na singularidade destas sonoridades e a colocá-las à frente das Nicki Minaj's, dos Pitbull's e das outras merdas deste mundo musical.

Mas hoje estamos no momento perfeito: um movimento iniciado por jovens e criativos produtores, que arriscam e expõem para mundo ver as sua interpretações do Baile Funk misturando-o com os elementos modernos do Trap e do Hip Hop e deixando a herança Brasileira bem vincada com um perfume de tropicalidade único . Em termos "underground" este é o movimento do ano 2015.

Movimento esse que ganha força em 13'/14' com Sángo, americano, que sem nunca ter ido ao Brasil transforma a sua curiosidade em processo de investigação, recolhendo centenas de samples bem conhecidos de Baile Funk, reinterpretando o estilo neste formato Favela Trap. Produções invulgares de sons vibrantes e densos que, com os vocals samplados, resultam em sensualidade extrema que... escalda, escalda, escalda...

Os Brasileiros (quem mais ?), já estão na linha da frente das produções e estarão neste momento a preparar as suas malas para viajarem do anonimato rumo ao infinito... E é Carlos, é Seven Beats, é Kojack's, é Kryone, é Maffalda, é Dropkillers, é Kin Rocha, é DJR7... e outros serão, tenho a certeza. Venham eles, o mundo pede... Quero essa tropicalidade! Nas pistas de dança, nos meus phones, nas minhas colunas... no meu quarto (com uma mina bem gostosinha lá dentro comigo).

E dia 10/11 é Sángo com "Da Rocinha 3", o álbum por quem todos anseiam...

SOUL MATES PROJECT

Francisco Espregueira

Num dos primeiros posts aqui do Sótão, lá de Dezembro ou o caraças, havia falado da grande colaboração, que na verdade nunca existiu, entre Mos Def (Yasiin Bey) e Marvin Gaye intitulada: Yasiin Gaye. Agora, aprofundo sobre o projecto que está por detrás dessa genialidade criada pelo americano Amerigo Gazaway. O projecto de que falo tem o nome de Soul Mates e junta artistas clássicos, influenciadores e intemporais a nomes também eles de grande relevo do Hip Hop e afins num género único, inventado por Gazaway, que redefine o conceito de mash-up e o leva para o mundo, que muito francamente, é de originalidade.

Ora, recapitulando: antes de Yasiin Gaye é lançado "Fela Soul" que junta o pioneiro do afrobeat, Fela Kuti a um dos clássicos grupos dos 90', De La Soul; no ano seguinte a colaboração estritamente Hip Hop entre os transversais grupos A Tribe Called Quest e The Pharcyde, com o o nome de "A Bizarre Tribe: A Quest to The Pharcyde", que é constantemente removido da net por supostamente infrigir direitos de autor. Já contemporâneo de Yasiin Gaye: "The Big Payback Vol. 3"! James fucking Brown! Auu! Com muita gente! Desde Bob Marley, Notorious B.I.G. até Nas ou Michael Jackson. Mais:

A passada semana trouxe-nos B.B. King acompanhado dos U.G.K.... em "B.B. & The Underground Kingz: The Thrill Is Gone" que dá seguimento da melhor maneira possível à magia de Soul Mates que me faz sair de casa cedinho, pela manhã, de iPod na mão com a corda a toda, e chegar ao Sótão, mais à noite, com uma invulgar energia...

Obrigado Gazaway! És top! Vou lançar esta pró infinito aqui a partir do Sótão para toda a gente ver. As colaborações que nunca existiram aí em baixo:

BADBADNOTGOOD & GHOSTFACE KILLAH

Francisco Espregueira

BadBadNotGood feat. Ghostface Killah - "Sour Soul" (2015)

Ontem caí em "Sour Soul", álbum lançado este ano pelos 3 miúdos que compõem BadBadNotGood em colaboração com Ghostface Killah, membro dos lendários Nova Iorquinos, Wu-Tang Clan. Os 3 miúdos vão também eles caminhando a pouco e pouco para terrenos aonde só essas lendas têm autorização para entrar. Levanto as mão para o ar, agradeço... as produções de "Sour Soul" são sublimes. Estratósfericamente sublimes.

 

Álbum com 12 músicas que passam a correr numa meia hora de intensidade rítmica e lírica, como é hábito em qualquer membro dos Wu-Tang. Colaborações a dar co' o pau, com nomes de fazer inveja - Elzhi (ex-Slum Village), MF DOOM, Danny Brown, etc - que dão muita qualidade à compilação, e que demonstram o respeito que os BadBadNotGood têm conquistado nos últimos anos. E respeitinho não é fácil de conquistar.

Mas o mais importante aqui é eu deixar a música para ser ouvida. O encontro entre uma nova geração e outra mais antiga... influências perfeitamente e subtilmente misturadas, melodias elegantes, linhas de baixo hipnotizantes e letras fortes. Bang Bang, morri! BadBadNotGood & Ghostface Killah, heróis na arte de fazer a banda sonora que qualquer vilão quereria ter...

NUJABES FEAT. SHING 02 - LUV(SIC.)

Francisco Espregueira

Este post é sobre seis músicas que fazem uma. O título desta compilação joga intecionalmente com as palavras "luv" e "sic". Sick for Love. Amor, afastamento, união, medos, esperanças, altos e baixos, descritos em meia hora de música que coloca tudo em perspectiva. O japonês Nujabes, que nos deixou em 2010 após um aparatoso acidente de viação, chegou a lançar em vida as 3 primeiras partes sendo que a 4ª e a 5ª parte já estavam produzidas. Estas foram posteriormente desvendadas pela cara metade desta colaborção, Shing02, que escreveu a letra da parte 5 como uma homenagem sentida ao brilhante produtor. Mas a 6ª... a 6ª estava em forma de sample no telemóvel deste aquando da sua morte. De arrepiar não é?

E é com alguma emoção que ouço estas seis que são uma. Considero-as profundas, verdadeiras e tocantes. Pelas letras de Shing02, pelas batidas do mestre Nujabes e pela história real que contam. Respirem fundo e fiquem com uma das obras musicais mais tocantes das últimas décadas... Vindas de lá do extremo oriente para aqui, pró Sótão.

Cause your beat plus the melody
Makes me speak of L.O.V.E eloquently so evidently
— Luv (sic) pt.1

Nujabes - Luv(sic.) pt 1-6

PLAYLIST #23

Francisco Espregueira

Bangkok, Tailândia

Com leveza, levanto voo com a #23, que tem novidades e outras desenterradas e reavivadas no Sótão. A melhor maneira de descobrir novas músicas é partilhando com outros. Eu partilho aquelas que me foram partilhadas a certo ponto. Obrigado.

PS: fica a dica: a última, "Swept Away", é a banda sonora perfeita para um fim de tarde solarengo... e Setembro não tem desiludido nesse aspecto.

JUGGAKNOTS - CLEAR BLUE SKIES

Francisco Espregueira

A conversa iniciada pelo pai aborda o incontrolável racismo que este sente quando vê o seu filho de mãos dadas com uma rapariga negra. Em "Clear Blue Skies" a troca de ideias entre pai e filho vai aquecendo ao longo de poucos minutos de uma faixa que diz aquilo que não é suposto ser dito, mas que retrata aquilo que todos sabemos que existe e que é real. Este foi o meu ponto de partida para este álbum.  Revisito-o, respeitando os momentos, a batida e agradeçendo a honestidade das letras

So that’s your vision of perfection
That’s your clear blue skies
Through those clear blue eyes
Which seem to make you think you’re better
But instead of simply sinking to the level of your thinking
I’ll be ghost
— De filho para pai

Juggaknots - Clear Blue Skies

Juggaknots - Loosifa

"Clear Blue Skies" é também o nome do álbum que contém essa faixa, datado de 1996, re-lançado em 2003, depois de ter saído das gavetas e de ter chegado a todos nós pela força da música de Juggaknots e não pela força da pop culture vigente.

Juggaknots - Epiphany

Considerado um clássico do hip hop underground, o álbum em 1996 só teve direito (ou fundos, né?) para ser lançado a título limitadíssimo, em formato exclusivamente vinil. Em 2003, os artistas juntaram-lhe 11 novas faixas às 9 originais, sendo esse o álbum que religiosamente guardo depois de o ter apanhado numa loja perdida por aí.

Pró infinito, passando pelos falsos "Clear Blue Skies".