Fui vasculhar, então, por entre o que tinha feito ao longo dos últimos anos e descobri que o sótão é, sem dúvida, o lugar ideal para ouvir os seus beats. Não tendo uma discografia convencional, estando as suas produções espalhadas em álbuns de muita e boa gente como Joey Bada$$, Muneshine, entre outros, tenho que admitir que admiro imenso o gajo. Apesar da sua influência vir em grande parte da época de ouro do Hip Hop nos 90', ele não é old-school. Aliás é como se fosse um dos muitos miúdos espalhados por esse mundo fora que vão de tempos em tempos colocando as suas produções no Soundcloud, vindas directamente de um quarto ou uma sala pequena repleta de instrumentos e discos desordenados.
Quiçá um sótão... é essa a impressão que dá, é essa a impressão que ele quer dar, porque isso é a música hip hop no seu estado natural. É da salinha ou do quartinho, com os copos por lavar de uma semana e uma espécie de homem das cavernas lá metido que já perdeu a noção do fuso horário a que pertence. É assim... e essa é uma das razões porque eu curto Freddie Joachim. O trabalho e talento que coloca na produção vem de dentro, vem de paixão, vem da curiosidade que o levou horas e horas, dias e dias, a vasculhar sótãos "à procura da batida perfeita", "em busca de perfeita repetição", desse sample mágico, que ele vai converter e reinventar em linguagem musical.
Aí fica. "Strawberries", definitivamente umas das all-star da minha vida.