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Webmagazine and record label on underground house music & contemporary jazz. We're about music released by independent artists and labels.

Content

Daily Magazine on Underground House Music, Broken Beat, Contemporary Jazz & Soulful Vibes

Filtering by Category: Hip Hop

a tribe called quest - solid wall of sound

Francisco Espregueira

O diálogo a três, entre Phife Dawg (que já não estava entre nós na data de lançamento do último álbum), Q-Tip e Busta Rhymes cheia de expressão jamaicanas é qualquer coisa... como um coroar da carreira de autênticos reis nisto de fazer hip hop.

[Phife] - Yo, A-T-C-Q, Massive and Crew / Bars to any beat, we beat the beat for true / Massengale's MC's, you smell like pussy stew / Don't let it be you, man up my youth

Q-Tip - Phife, you should've spoke of, man you're in the mode of / Leave that to me, el-Hajj Malik / The man with a plan who made it real for us all / Like Marauders on a mission when we killin' dance halls

[Phife] - Mmm, saga boy Trini man / Ride out when mic's in mi hand / Loved all of mi fans, one two three, dem all of the gang

Busta - With a couple pound a weed and a couple dollar van / Hmm, broke pockets, find another plan / Yeah, [cyan dun], push up oonoo man

Q-Tip - And big up the sound man

Busta - dibby dibby DJ walk

[Phife] - Ayo Bus with them a talk

Busta - They don't want no prob, they don't want no issue / Outline them in bloodclat chalk

Q-Tip - Earlier in the night when we bring out the music / With a box and band killer sound boy movement / Live and direct when it all goes down

Busta - You an idiot boy, you don't wanna fuck around

[Phife] - Big tune make the world round

Busta - Make way for the sound boy crown

[Phife] - Don't you know we're the wickedest sound?

Busta - One box off in your face make a sound boy frown...

walking home

Francisco Espregueira

(hm)
here’s something you don’t know about (ey)
I delete your number when I go out
see at the bottom of the bottle when your bottom comes to my eye
I’mma put my phone out, no doubt
nothing colder than oslo in november
your warmth’s gettin hard not to remember (it’s like)
I can honor how we decided to end it (or)
hit quick dial and surrender, bury the hatchet (hm)
deep in that fertile soil, that thing you do with your - (ss)
that’s personal (yo), straight up and vertical
the coupe is cool when the bird’s flown
word is sippin merlot alone, that’s how I go (ey)
that’s how I go (ey)
merlot
this burgundy is dark, there’s something in the dark
I’m just...

(hm)
walking home, dough low
another night in the o-s-l-o
another night in the o
I’m just walking, walking home
in the o-s-l-o, dough low

♒ ♒ ♒

notas

Francisco Espregueira

Quando abri aquelas gavetas naquele quarto já conhecia por alto DJ Cam. A "Rebirth of Cool" era, e continua a ser, daquelas faixas "minhas". "Minha" porque contém o feeling que quero sempre. Lá na gaveta estava um CD: "DJ Cam Playlist".

Enquanto voltava a casa pus o CD a tocar no carro e quando cheguei às faixas 7 e 8 subi o volume. Uns anos mais tarde haveria de o dar a alguém a quem nunca poderia sequer pedir para valorizá-lo da forma que valorizo...

Ficaram comigo a 7 e a 8, principalmente. "Minhas".

7.  Athletic Mic League - RU?

8. The Likwit Junkies - One Day Away

especial : ivan ave

Francisco Espregueira

Houve certos artistas que tive o prazer de ouvir incontáveis vezes, de um modo louco e obssessivo, durante este ano. No entanto, não haverá nenhum com quem me tenha identificado tanto do que Ivan Ave. Depois de ser introduzido a "The Circle", depois de ouvir por inteiro o álbum "Helping Hands", percebi que Ivan Ave tinha algo muito característico com o qual me relaciono imediatamente.

As influências base para a sua arte são evidentes, percorrendo o jazz, a soul e o funk de câmara lenta - louros devidos também aos produtores a quem se foi associando. E eu, super influenciado pela forma abstrata de partilhar a mensagem e pela maneira como percorre as batidas com a sua voz. Deixando aqueles 'huh's' e 'nah's' nos fins de versos... Na verdade, conheçê-lo mais a fundo e ter passado uma audição atenta por tudo o que fez para trás, abriu-me a porta a novos artistas e às respectivas colectividades e editoras, a novas sonoridades e abordagens. Malta talentosa e desconhecida do grande público.

Junto então ao blog muitos desses nomes, enquanto vou curtindo por aqui na minha paz. Olho para a lista e orgulho-me. Entre colaborações e faixas a solo, um denominador comum: Ivan Ave!

"Do you realize this generation doesn't have slow jams at parties? This is partly why men don't know how to talk to women anymore."

PS: a obra prima de Ivan Ave chama-se "Helping Hands" e está aqui!

especial : favela #2

Francisco Espregueira

playlist #59.png

Do pesadão no Sótão. A edição #2 do "especial favela trap" chega finalmente. Só precisei de um clique. Esse clique numa mix que pairava no soundcloud reacendeu a chama faveleira dentro destas quatro paredes e trouxe consigo o vento tropical que me vira ao contrário.

Ao longo do ano fui estando atento ao que de novo surgia, recolhendo, obcecado, os diamantes que coleciono. Fui juntando tudo a uma lista que guardo para o efeito, sabendo que um dia a revisitaria e que subiria ao Sótão para libertá-la janela fora. Aquele clique naquela mix, foi a pedra de toque... e agora: janela aberta.

São 20. Batida bem pesadona, elementos bem tropicais... as faixas vão se abrindo umas a seguir às outras chegando até ao funk do puro. Tudo aí em baixo. Alô Brazil!

A edição #1 : AQUI!

A TRIBE CALLED QUEST : "WE GOT IT FROM HERE... THANK YOU 4 YOUR SERVICE"

Francisco Espregueira

Esta é a última peça. A sexta e a final. Depois de "People's Instinctive Travels and the Paths of Rhythm", "The Low End Theory", "Midnight Marauders", "Beats, Rhymes and Life" e "The Love Movement":

"We Got It from Here... Thank you 4 Your Service".

A Tribe Called Quest é tão importante para mim que penso, imbuído deste momento final, que conseguiria escrever um livro sobre o quanto mudei a partir do momento em que ouvi pela primeira vez "Electric Relaxation". Nasci em 1992 mas só lá para a segunda metade do anos 2000 é que comecei verdadeiramente a ouvir hip hop. ATCQ já tinham lançado "The Love Movement" em 1998 mas, por sorte, fui introduzido a este género musical por portas que me levaram a eles rapidamente. E a partir daí o hip hop para mim passou a ser indissociável de ATCQ...

Lembro-me do início de "Keep It Moving" com Tip abrir o livro e a distanciar-se de guerras east vs west, dropando um flow que lhes é tão característico... lembro-me de me apaixonar por "Bonita Applebum", lembro-me daquele constante diálogo entre Phife e Tip na "Check The Rhyme", de andar de carro a acelarar com 40 Cº lá fora ao som de "Luck of Lucien", do refrão de "Find A Way", de "Stressed Out" lá em cima no Sótão, de dançar ao som de "Oh My God"...

Ao longo dos últimos dez anos fui associando vários momentos à música destes senhores. E por isso escrevo mais do que o habitual... ficando tanto por dizer ainda. Hoje, passados quase 20 anos desde o último álbum, acordei com a sensação estranha de que poderia sair desiludido. Na verdade não sou muito fã de comebacks e acho sempre que um artista - ou um grupo - quando sai do seu tempo, fica a meio caminho daquilo que era e daquilo que é. Para me consolar pensei no excelente "Black Messiah" de D'Angelo, ele que também se ausentou durante tanto tempo, ele que me foi introduzido por Tip.

Mas houve qualquer coisa na primeira música... chama-se "The Space Program". A faixa começou a tocar com uma urgência de palavras... de calls for action, arrepiando caminho por ali acima até que tocam os acordes de "Electric Relaxation". [blank mind, eyes wide open, heart beats] [blank mind, eyes wide open, heart beats] - 'pfffffff' - liberto extasiado. O ciclo acabara de completar-se poeticamente.

O resto vou ouvindo por aqui, sem parar, atento aos detalhes. Repetindo doses. Viciado. Deixo tudo inteiro para voçês aí em baixo. "We Got It from Here... Thank You 4 Your Service".

JUJU ROGERS & BLUESTAEB - GET LOST

Francisco Espregueira

"Today is a day that leaves you lost in the light of yesterday's election which essentially is a continuation of a global trend of racist, sexist and homophobic populism from the US to the Philippines. The whole problem is very complex but all of these populist idiots benefit from a huge part of the people not caring and they rather 'get lost'. JuJu Rogers drops some jewels - fuck (!) diamonds - over a Bluestaeb beat for those who think their voice doesn't matter. Their album 'Lost In Translation' drops in December."

PS: e amanhã sai o derradeiro álbum dos ATCQ, os olhos carregam-se de lágrimas. "We Got It from Here... Thank You 4 Your Service"

NXWORRIES : "YES LAWD!"

Francisco Espregueira

21 de Outubro. Tinha esta data marcada no calendário. Depois de "Suede", que já tem uns dois anos, depois de "Link Up", depois de "Lyk Dis" e depois de "Get Bigger" a expectativa só podia ser o maior inimigo de "Yes Lawd!". Mas os NxWorries, compostos por Anderson .Paak e Knxwledge, derrotam tudo...

NxWorries - "Best One"

Editado pela Stones Throw Records - a editora perfeita para este projecto - "Yes Lawd!" é uma peça que mistura na perfeição as raízes da música afro-americana. Há muita soul, muito funk, muito jazz, muito hip hop, muita atitude! Aliás a viagem pelo álbum é isso mesmo. Há momentos que fazem lembrar os anos 60'/70' da música negra, outros com samples bem funky e batidas na onda R&B/Hip Hop... Isso tudo conduzido por Knxwledge. É ele que guia este Chevrolet descapotável.

No lugar de passageiro, Anderson Paak. Qual super-herói! Na sua atitude pavoneadora, sem papas na língua... uma espécie de James Brown dos dias de hoje. Nastier, meaner e sexier. Dirige-se ao mulherio: magoando-as ou sendo magoado por elas. Encantado, ajustado, enojado, desapontado, apaixonado por elas. Chamando-lhes de amores e de putas. Prometendo não trair e traindo. Capaz de as endeusar para depois as reduzir a pó na faixa seguinte. Paak é Paak e quando ele te chama bitch é porque és a bitch dele...

Espero ansiosamente pelo momento em que tenha este vinil nas mãos. Não haverá melhor coisa durante uns tempos do que chegar ao Sótão de noite, segurá-los nas mãos, e pô-lo a tocar... sentar-me e deixá-lo. Amei isto à primeira vista, assim como amei a "Suede" cinco segundo após o play. Para a coleção especial do Sótão: "YES LAWD!"

NOTAS

Francisco Espregueira

Duas notas muito rápidas.

"What They Do" dos The Roots. O início com a bateria de Questlove e todo o groove que se segue. "Never dooo... what they do, what they do, what they dooo". 1996.

"Love" dos The Globetroddas. O baixo que serve de base à faixa. Ando a murmurar a sua melodia. "The Globbetroddas take your soul a ride". 2004.

The Roots - "What They Do"

The Globetroddas - "Love"

COMMON - "I USED TO LOVE H.E.R."

Francisco Espregueira

Ontem pela noite de novo veio-me à cabeça de como é bonita a letra de "I Used To Love H.E.R." Um clássico incluído num dos principais álbuns da cena hip hop americana dos anos 90' - Resurrection. Common conta a história de uma rapariga que conheceu enquanto puto e por quem eventualmente se apaixonou.  Com o passar dos anos, no entanto, acabaram por se afastar devido às constantes mudanças de persona dessa rapariga.

Não é até ao finalzinho da faixa que Common revela que cuspiu os versos sobre rapariga alguma, mas sobre o hip hop como um todo. Especialmente sobre o hip hop que se tornou orientado para a violência e para o gangstarismo. H.E.R. é mesmo o acrónimo para "Hearing Every Rhyme"... até ao fim.

That she’s just not the same letting all these groupies do her
I see niggas slammin’ her, and taking her to the sewer
But I’ma take her back hoping that the shit stop
Cause who I’m talking ‘bout, y’all, is hip-hop

Common - "I Used To Love H.E.R."

E ontem, de noite, ouvi-a de novo. A seguir três novas faixas que entrarão no próximo álbum de Common: "Black America Again". Os Tiny Desk Concerts da NPR têm-nos trazidos pequenos tesouros ao longo dos últimos anos, este será talvez o mais valioso. Muito especial as palavras de Common. Muito especial a banda. Muito especial o piano de Robert Glasper. Muito especial a voz de Bilal. Muito especial o look da flautista. Muito especial o local. Common é rei na Casa Branca de Obama. Aqui fica:

ISAIAH RASHAD : "THE SUN'S TIRADE"

Francisco Espregueira

"The Sun's Tirade" é o primeiro álbum, digno desse nome, da nova coqueluche da Top Dawg Entertainment, coletividade à qual pertence o monstruoso Kendrick Lamar assim como outro tipo de gente bem talentosa. Isaiah Rashad, ou Zay como é tratado pelos seus próximos, já andava debaixo do meu radar há uns anos (desde Warm Winds) mas não estava - nem de perto nem de longe - nas minha prioridades de música diária. Com "The Sun's Tirade", o caso muda de figura.

Fiquei mesmo bastante surpreendido com o álbum. Zay tem aqui algo realmente bom... some real chill shit, bro. Depois de duas semanas, estou convencido que o momento em que a hook da "Free Lunch" acaba e entram os versos, é das coisas mais bonitas que existem por aí. E a cena é que o álbum está cheinho desses momentos, desses detalhes muito bem conseguidos. Titty and Dolla com os assobios vindos do Faroeste, por exemplo... 

Lanço para aqui "The Sun's Tirade", onde Isaiah Rashad encontra a sua própria voz. Uma voz cheia de tensões e contradições causadas por um ciclo de auto-destruição e de auto-descoberta.

NXWORRIES - LYK DIS

Francisco Espregueira

Don't want your heart, don't want your love
I want the head, I want the tongue
Who put the pussy in the coffin?
Then make it rise to god above
You would be down on all occasions
I fuck the sense up out your bank
Don't call me common, call me Crazy
No need to thank me, yours for the taking

NxWorries - "Lyk Dis" (Anderson .Paak & Knxwledge)

THROWBACK #8

Francisco Espregueira

Neste verão acabaram por ser três as vezes em que me pus a vêr o mais recente filme de Richard Linklater, "Everybody Wants Some". A sequela espiritual de "Dazed and Confused" (1993), é realmente um filme cheio de momentos que me divertem, correndo por entre o enredo que é simples mas significante. Uma das cenas que sem dúvida deixa marca é a que Jake, Finn, Roper, Plummer e Dale saem de carro para dar uma volta pelo campus universitário e mirar umas garinas.

O hip hop aparecia em 1980 na forma de "Rapper's Delight" dos Sugar Hill Gang, o primeiro hit do género! Todos já fizemos coisas do género: ir no carro a cantar parvamente em grupo... e talvez seja por isso que o filme tenha ficado tão bom. Identificamo-nos. Ao nível de outra cena de "Dazed and Confused" que fica para a posteridade... Matthew McConaughey, no papel de Wooderson, está simplesmente sublime!

A versão original de "Rapper's Delight" chega aos 15 minutos de música (!), com um sample dourado da "Good Times" dos Chic. Uma faixa lendária, que ficou enraizada na cultura ocidental. Pela mesma altura, seguindo os caminhos abertos pelos Sugar Hill para o hip hop no cenário dos anos 80', os Funky 4+1 fazem a aparição para deixar outra faixa na categoria das lendas. "That's the Joint", originalmente com 9 minutos... e com o sample maravilhoso de "Rescue Me".

"I gotta bang bang the boogie to the boogie"

The Sugar Hill Gang - "Rapper's Delight" (1980)

Funky 4+1 - "That's The Joint" (1980)

NONAME : "TELEFONE"

Francisco Espregueira

Se tivesse uma mesa onde pôr o correio recebido no último mês, essa estaria cheia de cartas promissoras por abrir. Foram sendo lançados projetos muito interessantes e um deles é sem dúvida "Telefone" de Noname. Conhecia há uns anos atrás como Noname Gypsy através da sua participação no álbum "Acid Rap" de Chance The Rapper. Mais precisamente na "Lost", uma música tão doce e amorosa que me traz memórias, hoje, tão difíceis.

"Telefone" é o primeiro projeto a solo, com fidelidade ao seu estilo de cuspir palavras (muito semelhante ao de Chance). As melodias repletas de melancolia captaram a minha atenção a partir do momento em que carreguei no play, imbuído na meia-luz do Sótão. Seduzido pela menina que docilmente conta histórias com uma caveira pousada na cabeça, Noname é para seguir.

ps: "Reality Check" (ft. Eryn Allen Kane & Akenya) é tão linda...