Contact Us

Use the form on the right to contact us.

You can edit the text in this area, and change where the contact form on the right submits to, by entering edit mode using the modes on the bottom right. 

Rua Álvaro Gomes, 89, 4º Esq
Porto
Portugal

+351916574834

Webmagazine and record label on underground house music & contemporary jazz. We're about music released by independent artists and labels.

Content

Daily Magazine on Underground House Music, Broken Beat, Contemporary Jazz & Soulful Vibes

Filtering by Category: Hip Hop

flofilz : 'cenário'

Francisco Espregueira

flofilz cenário lp 2016 album lisboa portuguese portugues hip hop germany

"Cenário", o último LP do produtor alemão FloFilz, é Lisboa em preto e branco num dia ventoso. O fiel herdeiro do instrumental "Metronom" de 2014, demonstra uma mestria sublime em 16 faixas que fazem mais sentido quando escutadas juntas. Este é um daqueles que toca da primeira à última sem interrupções, deixando-nos a vaguear por nós próprios ou, então, por uma rua qualquer. E pelo meio de "Cenário" e "Metronom" há um inolvidável "Speakthru", que junta colaborações distintas... vale a pena acompanhar as viagens de FloFilz.

Viagens, porque "Cenário" é inspirado num mês de Março passado na capital. "De Paris a Lisboa", assim começa a descrição do álbum. Lançado na editora parisiense "Le Mellotron", este LP junta com toda a fluidez o hip hop com o jazz. Um casamento feliz para os aficionados destas ondas celebrarem.

"Cenário" significa pano de fundo, título que serve como uma luva a estas sonoridades. Esse mês de Março foi passado com qualidade nas calçadas, nos pratos e nas buscas incessantes por samples raros de Bossa Nova, que se vendem por aí nas sombras das nossas ruas e das nossas memórias. Qualidade essa, transportada para estas 16 que são deixadas aqui por inteiro. Para ouvir e voltar. Do início ao fim.

Boa viagem.

PS: ao lado, o meu cigarro antes de me deitar. "whereabouts" é a nova de FloFilz.

jesse james solomon

Francisco Espregueira

Do universo musical londrino chega outro nome ao Sótão. Jesse from South East London. J. F. S. E. Há algo de The Streets... Talvez seja só a tendência de me agarrar a algo tão marcante no hip hop que me acostumei a ouvir. Mas a capa do seu brilhante EP "The Ride Home" parece homenagear o aclamado "A Grand Don't Come For Free" e a maneira como conta as suas histórias faz lembrar Mike Skinner... talvez sejam mesmo só as marcas daquela entoação e sotaque tão característicos.

De 2014, "JFSE". Calma. O baixo serpenteia pela música enquanto Jesse vai falando. E é quase impossível não prestar atenção à profundidade do que diz. Com o mesmo nome, o primeiro EP reúne as faixas sempre no mesmo estilo, nas profundezas das palavras.

O segundo lançamento, "The Ride Home", tem em "They Don't Love You" algo que arrepia. O piano junta-se a batidas e ecos que isolam a mente para um lugar, que por momentos parece inatingível a todos os outros mortais. A mesma introdução volta mais tarde na música para emocionar...

Há faixas que nunca deviam acabar.

Aguardo que 2017 me traga um álbum deste tipo.

808ink : '45 with sam' & 'jeep cherokee'

Francisco Espregueira

De loop em loop, 808INK são os novos favoritos n' O Sótão. Mumblez Black Ink e 808Charmer formam um duo multi-talentoso que, depois do LP 'Hungry', se vai afirmando como uma das cenas mais excitantes a sair de Londres nas ondas do hip hop.

Falo de hip hop, mas isto atravessa vários géneros... é uma fusão de magias e tem uma progressão imparável. É a energia que sai do fundo das ruas mais escuras da cidade. É a atração que te que faz querer ver o que lá há. Os primeiros momentos de "45 With Sam" é o jus desta decrição poética q.b.

When I’m up
I’m all the way up..

O final deste novo single coloca tudo em câmara lenta... absorvido por essa atração que se terminará assim que a música deixar de tocar. Viro para "Jeep Cherokee": se tocasse numa festa faria com que as pessoas se abanassem, sentadas ou de pé, inebriadas ou sóbrias. Endiabrado, eu, cantaria o refrão.

Gimmie dat uh
I’m in the town better pull the bandz up
Put your head down baby bring it back up...
You hear the sound yeah thats me and my uh,
ziggin’ through the town bag your pennies in a lump
I rap ‘n stuff like i’m ban-dan-na! uh
I’m in the rave looking like a dam duck
’They say nice can I bag dat? Nah!
Pray I tripple up and never stack up on the lot!

notas

Francisco Espregueira

Há cinco horas atrás GoldLink lançou "Meditation". Produção de Kaytranada. Que mais poderia esperar? É GoldLink e Kaytranada. Juntos. Outra vez. Este som é para quebrar festas caseiras:

Pouco depois foi a vez de Sángo. Com Carlos do Complexo. Tranquilo. "Engenho da Rainha" faz-me querer já o tão aguardado novo álbum: "De Mim, Pra Voçê". Dia 26 de Março estarei por LX, no Time Out Market cumprindo o sonho de o ouvir em vivo.

E esta para fechar a noite. "Changes" do produtor americano Genshin. Foi um dia bom.

saib.

Francisco Espregueira

Guitarrista e beatmaker de Casablanca, Marrocos. saib. Presença habitual nas playlists que vou fazendo semanalmente. Um estilo próprio nas ondas do Jazz, da Bossanova e do Hip Hop instrumental. Uma das sensações no Soundcloud (com mais de 15k seguidores), que se prepara para lançar um EP com a francesa Hip Dozer Records. Dia 10 lá estarei, imaginariamente à porta da loja para o ouvir.

"Buena Vista" será, provavelmente, a sua release mais trabalhada até ao momento. Desde 2015 que é um músico ativo, aparecendo recorrentemente nos meus labirintos musicais. O EP contará com seis músicas, que têm sido lançadas aos poucos. Gota a gota. As quatro que se conhecem fazem antever algo de muito positivo. Em baixo elas seguem. As minhas preferidas, "Pablo" - com uma introdução à Escobar - e "I Wanna Know" - que incorpora a queen Badu suavemente...

Do Sótão pró infinito com saib. Parei em Casablanca e trouxe isto.

crave moore

Francisco Espregueira

Não há muito por aí acerca de Crave Moore. Mas a alma com que cospe as suas verdades num dos últimos vídeos da COLORS BERLIN captou a intenção de o colocar aqui. Nas paredes deste velhinho Sótão. A música toca na meia-luz. Este é dos que a deixa falar por si. Play em "Jay Jay Okocha". A COLORS lançou-o e disso estou certo.

Stay underrated – so true like Jay Jay Okocha

Com a loucura interior para criar música, Crave demorou o seu tempo a descobrir os caminhos por onde seguir. Segue pelas palavras com significado, merecedoras de serem interpretadas. Não gagueja. Penetra bem para lá do superficial, sem se tornar intrusivo. Flui.

Na semana passada foi lançada "Juvi" Boa altura para conhecer Crave Moore e sentir o que tem para dizer. Tudo o que lançou aí em baixo. Vale muito a pena, garanto.

krisy

Francisco Espregueira

Este vídeo de uma das plataformas do momento na música, a "COLORS" de Berlim, é qualquer coisa. "Julio & sa Gogo Danseuse" bate no ponto. A batida feita a partir de "Alone Together", do inesquecível Chet Baker. A maneira como Krisy rima - a.k.a. De La Fuentes, a.k.a le jeune Julio, a.k.a. 'ta femme va apprécier c'morceau', entre outros. Os gestos simples com as mãos. A pausa deste gajo... heey, é muito atributo, yeey

Enquanto escrevo vou ouvindo o brilhante "Menthe à l'eau", sentindo o flow. Quando cliquei no vídeo houve necessidade de ouvir mais. Instintivo, seguindo o gut. E não falha. A história à volta de Marie Hélène...

loyle carner : yesterday's gone

Francisco Espregueira

A primeira. "The Isle of Arran". Minuto 1:07. Olhos fechados. hey.

O hip-hop tem um lado muito sentimental. Mas são poucos que criam aquele agridoce, que nos coloca um dedo na consciência ao mesmo tempo que nos dá poder. "Yesterday's Gone" transmite melancolia e força nas palavras de Loyle Carner. Tinha dito que era um dos nomes a decorar e aqui está o seu primeiro LP, falando de dentro para fora.

Depois do sucesso de "Ain't Nothing Changed", que lhe abriu portas para outros voos e está aqui remasterizada, o debute nos álbuns de Loyle tem vários momentos pincelados a ouro. Podia nomear as minhas favoritas mas isso seria condicionar a audição do álbum. Prometo bons momentos. E Loyle promete ficar. E rimar com toda esta sinceridade.

notas

Francisco Espregueira

Notas em azul. No azul do jazz que serve de base aos dois sons aí em baixo.

Kap chegou-me hoje. Vem de perto, atravessando o rio Douro para o Sótão. '-1a+' diz:

sou só menos um a mais
menos um que tenta,
menos um que quer falar...

Lausse The Cat escurece o ambiente. Rima como se fosse um gato preto a olhar para a noite citadina. 'alone together' diz:

guess its best then just sitting in your blue nest
simmer with the cat and let him do what he do’s best

Kap - '-1a+'

Notas em azul... check.

808ink

Francisco Espregueira

i got the 55 on the 55
man
100 miles on the 100 miles
man

Um dos movimentos do ano no UK. A vibe de 808INK supera os meus sentidos. Liga-me a algo que não consigo tocar, nem explicar. Na minha cadeira, enquanto escrevo vou sentindo 'Suede Jaw' que toca em loop...

Com dois EP's em 2015 - "Billy's Home" e "An Artistic Piece" - 808INK chegaram a 2016 a rebentar. "Hungry", LP de estreia, tem nas suas primeiras 5 faixas, a porta de entrada para a galeria de honra d' O Sótão. Depois fica pesado e díficil de mastigar, eu sei... mas estas 5, assim... seguidas, levam-me o coração. Puxo pelo volume e convido-vos a entrar. Siga curtir aqui. Ao som de '45 with Sam', de 'Jeep Cherokee'. Depois outra vez ao som de 'Suede Jaw'. Uma e outra vez. De loop em loop...

keep the chamber filled with potent stuff suede jaw, run it for me baby please don’t stop, uhh...

notas

Francisco Espregueira

A malta da Mutual Intentions continua a lançar as suas cenas. Hoje saiu uma compilação de 5 faixas, andando nas rotações de hip hop que mais aprecio.

J. Cole, de quem aqui falei de forma menos positiva, teve um release fantástico esta semana. "High for Hours" entra diretamente para o meu dia-a-dia. O produtor é Cam O'bi. O mesmo de "Free Lunch" e de "Reality Check". Dois dos "meus" sons. "This is the type of shit that make you wanna... the type of shit that make you wanna let go."

throwback #11

Francisco Espregueira

Comecei a coleção 'Miles Davis' com "Doo-Bop". Groove inexplicável. Uma das músicas da minha vida, "The Doo-Bop Song", foi a porta de entrada para este álbum, que anos depois, tive a presença de espírito de adquirir.

A little taste of bee-bop sound
with the backdrop
of doo-wop
and this is why we call it
the doo-bop

Miles Davis - The Doo Bop Song (feat. Rappin' Is Fundamental)

E agora mais duas. A 1. e 8. do álbum. Percebi que já as tinha ouvido noutras músicas, noutros artistas influenciados pela trompete de Miles. Por todo este groove orientado para o hip-hop.

Miles Davis - Mystery

Miles Davis - Duke Booty

playlist #64

Francisco Espregueira

"Domingo, especialmente domingo... Barbeados, dentes lavados".

Às 15h, enquanto o sol ainda está bem lá em cima, a temperatura chega aos 15Cº. É um inverno de inveja, mal apreciado por si. Atravessa a cidade de moto com o vento de leste a bater-lhe na cara. Sabe onde vai. Esse lugar tem um pátio com umas mesas e com uma gente que parece ter coisas interessantes para lhe contar. Trazem-lhe queijos e uns pedaços de pão para picar. O vinho tinto é a alma gémea da sua boca. Segura-o com a mão esquerda, sem o largar. Na direita, a caneta, hesitante. A música toca e a tinta corre, salteando a razão perdida.

waves

Francisco Espregueira

Antes de sair o novíssimo "4 Your Eyez Only", que ainda merece que lhe guarde um tempo especial, J. Cole lança duas faixas no Youtube que não entram no final cut do seu último álbum. Fá-las acompanhar de um mini-doc de 40 minutos que segue a produção do seu novo trabalho gravado nos míticos Electric Lady Studios em Nova Iorque.

Em relação às duas que não fazem parte de "4 Your Eyez Only" só posso dizer que valem por si. "Everybody Dies" merece ser escutada, aqui a deixo. Mas aproveito para anotar o beat de "False Prophets". A produção original de Freddie Joachim tem o nome de "Waves" e ficou mundialmente conhecida como cartão de visita do gigante Joey Bada$$. É me dificíl ouvi-la com a voz de J. Cole por cima... Sem aquele "Since nine-five momma been working nine-five" de início...

Sem reduzir J. Cole, até porque "False Prophets" já foi publicamente aprovada por Bada$$, fico triste ao ver que a sua popularidade leva a que as pessoas passem por "Waves" sem se aperceber dela. Ela é daquelas inesquecíveis aqui do Sótão. A história de um puto a entrar no mundo dos grandes com originalidade, com verdade, com os The Roots no Late Night Show, com aquele olhar paternal e orgulhoso de Questlove. Tipo Messias. Inesquecível.

J. Cole - False Prophets

Joey Bada$$ - Waves

Let me see those in favor to spin that back like tornadoes

throwback #10

Francisco Espregueira

As mixtapes de BeatPete são peça influenciadora muito forte. Nelas já descubri tantos diamantes. No final de as ouvir fico sempre com a impressão que o som que me define é, nem mais nem menos, aqule que BeatPete partilha através destas mix's. Identifico-me. Sessões duplamente gigantes de throwbacks. Esta, de duas músicas apenas, não passa de uma humilde amostra desses gloriosos anos 90' do hip hop.

Em 1992, Peanut Butter Wolf, homem forte por detrás da Stones Throw Records, guia Charizma por "Methods". Não viria a ser lançada com mais força até 2003. Sacrilégio.

Aiyyo check this one out
Somethin smooth
Calm you down
Check out the story
Ya know what I mean? 1998
It’s Vinia on the hook up
Pete Rock

Pete Rock. Mais um dos que passa música a quem por ele passa. Nineteen ninety eight. "Mind Blowin'" e sigo quente no Sótão. Underground classic.

Charizma & Peanut Butter Wolf - Methods

Pete Rock - Mind Blowin (feat. Vinia Mojica)