Contact Us

Use the form on the right to contact us.

You can edit the text in this area, and change where the contact form on the right submits to, by entering edit mode using the modes on the bottom right. 

Rua Álvaro Gomes, 89, 4º Esq
Porto
Portugal

+351916574834

Webmagazine and record label on underground house music & contemporary jazz. We're about music released by independent artists and labels.

Content

Daily Magazine on Underground House Music, Broken Beat, Contemporary Jazz & Soulful Vibes

Filtering by Category: Hip Hop

onra: "nobody has to know"

Francisco Espregueira

O produtor Onra distinguiu-se na última década como um dos melhores da sua geração, capaz de criar música que nos leva para espaços próprios, sejam reais ou imaginados. Em "Nobody Has To Know", quinto álbum editado pela All City Records, o versátil produtor francês cria música que reflete sobre os vários aspectos de uma relação secreta puxando R&B e Future Funk para tocar no tema da atração e da paixão.

A fantasia, a excitação e o perigo de atração fatal são refletidos através das 13 faixas que compõem "Nobody Has To Know". Onra desenvolve de forma habilidosa o estilo que começou a explorar há uma década dando-lhe um toque único, reafirmando sonoridades originais com calor e densidade ideais para escapadas noturnas.

summers sons: "undertones ep"

Francisco Espregueira

Em ascenção os irmãos Slim (beats) e Turt (rap) lançam o EP "Undertones". Com o nome Summers Sons editam, em perfeita conexão de batidas e palavras, um primeiro projeto em conjunto. Em 6 faixas ensinam sobre jazz.

Keep on, keep loopin’ on, loop it on &on

Pela editora alemã Melting Pot surge o espaço para transmitir soberbos níveis de flow. Slim orquestra os instrumentais no seu estilo que começa a ficar inconfundível. Depois do marcante "Teal", junto de Benaddict e Ella Mae, tem em Turtle o partner in crime perfeito para sonoridades ainda mais elaboradas - com samples e loops de infinita mestria.

"079" conta com a colaboração de Charlie Tappin nas melodias. Seguem-se as palavras da lenda de Gil Scott-Heron a introduzir "Colours". Mr Slipz ajuda na produção da faixa que indica inspirações: "We stay bumpin' through Thelonious and Coltrane". Com rotações consciensiosas o dueto britânico segue a aventura com sons para disfrutar de noites calmas. No baixo de "Thirty Tree", no piano de "Non Semper Erit Aestas".

Faço a ronda pelas ruas de onde vivo. De capuz escuto "Undertones", numa noite fria de inverno.

non = not. semper = always. erit = will. aestas = summer.

kari faux - "gotta know"

Francisco Espregueira

A segunda faixa do EP "Primary" tem a vibe certa. "Gotta Know" de Kari Faux é dos melhores sons a passar no Sótão ultimamente. Em loop.

Never try to be something you’re not
That’s what my granny told me when I was a tater tot
I’m finna follow through on everything I plot
Baby I’m the coolest thing that’s coming out of Little Rock
Except for whoever still flossing, spilling sauce on the sauciest
Tryna keep ground and speaking with myself often
Will I make a million being myself? Ain’t no tellin’
But fuck what they market if ain’t no soul in what they sellin’
So do it for the ones that’s cool as fuck but not cool enough
Used to try to impress them but now I just don’t give a fuck
You’re either damned if you do or damned if you won’t
So you might as well go ahead and just do what you want

minus & mr dolly: "man with a plan"

Francisco Espregueira

"Caminha no espaço em atos do Sun Ra". Assim começa o plano de Minus & MrDolly, que cria em 10 produções uma consistente banda sonora para nos refugiar da rotina e nos levar a dimensões alternativas. A primeira faixa termina com o piano e a trompete em sintonia... sótão fora para quem passe na rua. E "Man With a Plan" segue sem pressas - relembrando sonoridades, versos e instrumentos samplados de vindouros tempos - nessas outras dimensões criadas pela imaginação de Minus & MrDolly.

Assim como os samples, as baterias e teclados são escolhidos a dedo. Nada é deixado ao acaso. Como uma orquestra perfeita, nada sai de tom. Com quebras propositadas e loops - e momentos em que as faixas se desenlaçam do suspense criado por eles. Acendo um cigarro e penso na possiblidade de o autor ter previsto tudo aquilo com antecedência e mestria.

Toca a faixa 9 - "Yugotochill | Burton Sunday". É a penúltima. Enquanto o fumo se vai espalhando pela divisão, fico com sensação de ter caído, de facto, no plano de Minus & MrDolly. Vou ficar para a última, com a expectativa de que traga novamente jazz. Preciso tanto de jazz.

O vinil é editado pela Kids Alone - promissora editora portuense - e está à venda a partir de hoje. 

david bruno: "o último tango em mafamude"

Francisco Espregueira

"O Último Tango em Mafamude" merece ser saboreado por inteiro... Uma carta de amor a Vila Nova de Gaia escrita em 11 faixas por David Bruno, mais conhecido no meio da música de qualidade por dB - através de projetos a solo e como metade do supremo Conjunto Corona - que veste a pele de sedutor local na esperança de sentimentos mútuos por parte da cidade que o viu crescer. O final dramático será marcado por uma revelação e por novos caminhos na vida do autor. De um dos lados das margens do Douro nasce uma das obras mais relevantes no panorama musical português para os anos que se seguem. Uma espécie de "La Revancha del Tango" com sentimentos, guitarras, palavras e referências portuguesas.

O vídeo conta a história através de imagens elucidativas e referentes às decadas de '80 e '90 onde abundância, o “novo-riquismo”, os bons restaurantes, os cafés, os bares, os autarcas populistas, a construção, o crédito fácil e o bem estar da classe média floresciam. A trilha sonora vai tocando acompanhando o sofrimento de David Bruno por um amor não correspondido. 

O LP, peça de colecção imperdível, tem sonoridades surpreendentes: drums de poucas batidas por minuto, arranjos de guitarra e piano sublimes e samples de outros tempos e de outras histórias. O play desvendará um ambiente de reflexão melancólica. O "Último Tango" de David Bruno é um obra de arte.

Mesa para dois hoje é no Carpa,
Passamos no McDrive depois.
Entretanto levo-te ao Oásis,
Suite no Tropicana pós dois.
— in 6. Mesa para dois no Carpa

xl middleton: g-funk vibes vol. 2

Francisco Espregueira

Muitas vezes olhado como um capítulo artisticamente menor no passado do hip hop, o g-funk foi um movimento de inegável força cultural proveniente dos bairros mais pobres da costa oeste americana. XL Middleton homenageia-o com uma mixtape de duas partes - "G-Funk Vibes Vol. 2", editado pela MoFunk Records. Com linhas de sintetizador puxadas e sonoridades funk dos anos 70 e 80, XL Middleton visa superar o fosso entre essas décadas e o funk moderno através de seleções retiradas da sua colecção vinil pessoal.

As faixas variam entre remixes de lançamentos das major labels para produções obscuras, que raramente viram a luz dos palcos. Trinta minutos no Side A, trinta minutos no Side B. A musica não pára, com transições mestres a ligá-las. É a trilha sonora perfeita para uma cerveja fresca num ensolarado fim de tarde - ou apenas para se imaginar isso mesmo.

banoffee pies beats

Francisco Espregueira

A Banoffee Pies Records ganhou reputação na música de dança através de uma seleção eclética - com poucas restrições no seu som ou estilo - e como plataforma de música de fluxo livre. Desde o ano passado, abriram caminho à exploração de novos géneros. A primeira compilação, no que a hip hop diz respeito, apresenta 12 faixas empoeiradas... amostras de batidas profundas e vocais originais. FloFilz e um grupo de produtores britânicos (Slim, Crate Head, Nayla) juntam exemplos dos seus trabalhos, sem perda de consistência.

Meses mais tarde a Banoffee Pies retorna com a segunda parte da sua série "Beats". Desta vez sem FloFilz mas com Slim. e Simiah a deixaram cair quatro heavy cuts. As melodias hipnotizantes seguem junto com mais uma seleção de 12 faixas para disfrutar.

Cada compilação escolheu um lado. À esquerda a nº1, à direita a nº 2. É só escolher e deixar tocar.

sleepdealer: "homesick"

Francisco Espregueira

O beat-maker americano Sleepdealer lança o seu LP de debute, "Homesick". Um álbum intoxicante que coloca os ouvintes num perfeito mind-set de paz. São vinte e uma faixas. Curtas com momentos de jazz, bossanova e trip-hop. O hip hop segue nas drums, que complementam o conhecimento musical demonstrado em samples bem escolhidos.

27m38s, ou então 27.38 gramas, do melhor e mais puro sono profundo que poderão encontrar. Sleepdealer com "Homesick" abranda a vida.

mz boom bap & ryler smith: "wakilisha"

Francisco Espregueira

A entrada por "Wakilisha" a dentro é um momento de imperdível onda. A faixa homónima introduz o novíssimo trabalho com batidas de MZ Boom Bap e rimas de Ryler Smith, para além das faixas colaborativas com pessoal do bem e do hip hop. A conexão Portugal-Suiça segue com força em doze faixas de alta qualidade nos boom's, nos bap's e melodias que ecoam nas colunas ou headphones mais próximos. Afirmação comprovada no preview que vos deixo aqui em baixo.. 

MZ Boom Bap orquestra o álbum. Manipula o ambiente ora com faixas para disfrutar em solidão, ora para disfrutar em conjunto, ora para cerrar os dentes e sair por aí fora nas selvas urbanas. Depois do projeto a solo - mas muito bem acompanhado - "The Rawness", a colaboração com Ryler Smith - que chegou ao meu radar através da participação no álbum de Devaloop - é mais um trabalho com pés e cabeça. E em estilo.

Lançado pela conhecida loja Vynil Digital, "Wakilisha" tem pouco mais de uma semana de rodagem aqui no Sótão. Soa a algo completamente fresh com referências sonoras de outros tempos. Passado e futuro ao mesmo tempo. E há quem diga que o play aí em baixo é a cura comprovada para algumas doenças...

pete flux & parental

Francisco Espregueira

A colaboração transtlântica entre o MC americano Pete Flux e o produtor francês Parental tem sido frutuosa. Desde 2013 foram sendo publicadas faixas de alto quilate musical. Com sonoridades remanescentes da era dourada do hip hop, as batidas e raps estão longe de soar datadas. A produção de Parental mantém o sabor bruto dos anos 90, através das camadas de jazz que cobrem o boom bap da bateria, enquanto que nas rimas Pete Flux flui sobre o instrumental como uma frente de nuvens sobre as montanhas. 

Mas vamos à timeline discográfica, editada exclusivamente pela francesa Akromégalie Récords. 2013 é ano de "Right Here", uma espécie de preâmbulo do EP de estreia "Travelling Thoughts", lançado em 2014 - o projeto mais encorpado do duo, com colaborações escolhidas a dedo. Uma verdadeira sensação de honestidade e paixão é sentida ao longo de "Travelling Thought", talvez bem exemplificado em "True To Your Art (feat. Kalhex)".

Recentemente, no inicio deste ano, Flux de Atlanta e Parental de Paris, voltam a colaborar. O single "What They Need" será talvez um prenúncio de que o casamento entre os dois seguirá. Com juras de fidelidade ao jazz, ao boom bap e às palavras da consciência. Matrimónio que o Atlântico não abalará.

sicknessmp: "deep insomnia"

Francisco Espregueira

Sickness MP é novidade. Natural da Indonésia, irrompe forte por aqui e pelo underground das editoras europeias de hip hop. Tirando inspiração do Boom Bap dos 90's, lança "Deep Insomnia" especialmente dedicado às mentes inquietas. Ouvi-lo é viajar por samples marcantes da Golden Era do hip hop, matando um pouco das saudades que os aficionados deste género poderão sentir.

Para os que precisam de ser convencidos, segue o preview de "Deep Insomnia" mixado por Score34. Para os que foram seduzidos, o álbum por inteiro não desilude.

»»»»»»»»»»»

 

devaloop: "from the bits to the cosmos"

Francisco Espregueira

"From The Bits To The Cosmos" é o álbum de debut de Devaloop, carregado de colaborações multilingues do mais alto quilate, lançando inúmeros MC's desconhecidos. Editado pela produtora alemã Radio Juicy, o trabalho de Devaloop apresenta 16 artistas diferentes, explorando detalhadamente a cena hip hop/rap underground, que se vai passando em várias cidades espalhadas pelo mundo. 

Devaloop está como um maestro. Definindo através das suas produções, o cenário em que cada um dos seus colaboradores entra. Todas juntas, são 14 faixas com uma vibe relaxada e repleta de sons bem vintage, que nos trazem de volta à era d'ouro do hip hop. Destaque d'O Sótão para o poder "Ya No (feat. Emblema)" e a sua hook alucinante.

Ya no soy tu
Tu ya no eres mi
Ya no hay otros ya
Y ya no vivo allí

notas

Francisco Espregueira

Viajando atrás no tempo. Hip Hop d'ouro.

Pela mão de um dos produtores mais seguidos e mias influenciadores que pairam pelo Soundcloud. Com horas e horas de bpm's baixas, leva-nos pelos meandros daquilo que melhor foi feito no género por esses anos. Ntourage pega em "Paper Thin" de Bahamadia e dá-lhe o seu toque. De 1996 até 2017, são vinte um anos.

Há vinte e dois, em 1995, Milkbone explodia com "Keep It Real". Icónica a batida que suporta a atitude arrasadora no seu flow. Icónico o vídeo na neve de New Jersey. Eras douradas a preto e branco. "Because it's real. It's always real".

ivan ave: "every eye"

Francisco Espregueira

Ao longo de 2017 fomos recolhendo pequenas provas de "Every Eye". O segundo LP de Ivan Ave, depois de "Helping Hands", é uma das mais antecipadas obras do ano em território europeu. O título refere-se aos vários ângulos de visão - aqueles que nós escolhemos e aqueles que escolheram para nós. Ivan Ave vai falando disso durante o álbum, tipo tema recorrente no meio de produções brilhantes influenciadas pelo funk e pelo boogie proveniente dos US na década de 80'. Convite a embarcar numa viagem que vai muito mais além de "Every Eye"... pelo passado com olhos no futuro.

23319128_1763525477051158_146784720387914355_n.jpg

Ivan Ave e a sua crew correm sozinhos na pista. A simbiose de diferentes produtores  músicos presentes no álbum dá um toque absolutamente original a "Every Eye". Mndsgn e Fredfades (companheiro na editora de Oslo - Mutual Intentions) voltam a contribuir em força. Kaytranada colabora com o lendário Dâm-Funk numa faixa cheia de vapor... Kiefer entra com magia nas teclas, assim como o parceiro próximo Arthur Kay Piene. Dj Harrison & Sir Froderick... a trompete de Kristoffer Eikrem. As combinações são quase infinitas. Funk, boogie, jazz, soul e hip hop para dias e dias. Ivan Ave aventura-se para lá das rimas, cantando nos refrões em estilo próprio.

O álbum não segue um género fixo e paira com leveza em cima de qualquer característica que lhe queiramos apontar. Não falta a sabedoria de Ivan Ave, gravando o disco como se fosse o seu próprio livro de auto-ajuda, lidando com os mecanismos da mente, do coração e do mundo que vê (ou não vê). "Every Eye" segue sim um conceito consistente com o universo de ideias e palavras de Ivan Ave. Musicalmente dinstinto do antecessor "Helping Hands", mas pertencente a esse mesmo universo de criatividade.

E entrando por "Every Eye" vibra todo este Sótão no momento em que é soltado um «hey» e a batida de "Now You See Me" cai... O resto segue pelos trilhos do boogie e do funk, aos quais Ivan Ave adiciona quantidades infinitas de flow. Em "One Eye" ouve-se «one eye open and one eye drifting away». Em "Squint" «don't stare to hard now... all that noise in the corner of your eye». Olhos abertos.

now you see me
now you don’t

twit one: "hay luv"

Francisco Espregueira

Twit One é um dos principais nomes da conceituada escola alemã de hip hop instrumental. O sucessor do aclamado "The Sit-In" está aí. "Hay Luv" é o terceiro projeto individual do produtor e DJ de Colónia, com 15 faixas de pura qualidade instrumental. Algumas colaborações bem metidas introduzem o elemento da voz. Outras, sampladas, contam uma história ao longo da obra. 

 

Em conversa de ocasião com alguém da sua editora, Twit One define "Hay Luv" com simplicidade:

Olski: “Hey Twit, distributor and booking agency just called. They need informations about the album. What can we say?” 

Twit One: “Just tell em: Contains Cool Bap.” 

Olski: “Cool Bap? Sounds good, lets do this!” 

 

"Hay Luv" é álbum para coleccionadores. Cool Bap de altíssimo quilate... play.